O que veremos a seguir sobre a teoria da verdade será um resumo com visão panorâmica da teoria da correspondência do que propriamente de um texto dissertativo argumentativo. Assim, os questionamentos sobre a teoria ficam para uma análise particular do leitor, pois o objetivo é trazer através deste texto uma abordagem clara e elucidativa que apresenta os pontos principais da teoria correspondentista de Russell. No entanto, o texto inevitavelmente traz problemas consigo, o que levará o leitor a encontrar pontos questionáveis, pelo fato do texto ser uma síntese.
A teoria correspondentista sobre a verdade foi formulada por Russell, em 1912 na obra The Problems of Philosophy, essa teoria da verdade surge como uma oposição à teoria da coerência, pois segundo Russell, a verdade é uma propriedade do enunciado (proposição lógica) ou de nossas crenças sobre o mundo, por isso ela é correspondencial.
Este é o ponto de partida para a compreensão da teoria correspondencialista de Russell, pois todo enunciado tem necessariamente que se referir a um complexo associado (fato no mundo) para que nessas circunstâncias os termos que compõe o enunciado tenham o valor de verdade ou falsidade. Com isso, a verdade ou falsidade são entendidas por Russell como correlativas, pois o que vai caracterizar um enunciado ou crença como falsa ou verdadeira será a sua correspondência com o fato no mundo.
Para ilustrar melhor como isso se dá vejamos o esquema a seguir:
(a)enunciado: (a bola é preta)
(b)fato no mundo: (essa bola preta existe no mundo)
(c)crença verdadeira ou falsa: (o enunciado é verdadeiro)
Na base dessa teoria da verdade Russell postula três requisitos fundamentais, que são:
• a verdade é oposta à falsidade;
• verdade e falsidade são propriedades de crenças ou enunciados;
• verdade e falsidade dependem de algo externo à própria crença.
Estes requisitos são indispensáveis para a teoria da correspondência, pois a partir deles são elaboradas as relações entre os termos de um enunciado com o fato no mundo. Deste modo, o que torna a crença verdadeira ou falsa é a sua correspondência com o fato no mundo. Porém, a aplicação da teoria da correspondência só é possível nos moldes da linguagem formal, o que não se aplica à estrutura sintática da linguagem comum.
Em suma, a teoria correspondentista da verdade é somente mais uma tentativa de explicar a verdade, que segundo Russell, é totalmente legitima, pois sua teoria foi formulada nos moldes do atomismo lógico de sua própria autoria. O que torna essa teoria da verdade apropriada para a filosofia analítica, e assim, sua aplicação se restringe apenas aos analíticos da linguagem formal, mas que não descredibiliza sua geniosidade e intento.
Copyright(C) 2006 por Fabiano Lima Simor.
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